[Resenha]: "O Duque que Eu Conquistei", de Scarlett Peckham

 




Esta resenha contém spoiler.

O ano é 1753 e Archer Stonewell, o duque de Westmeade, está em busca de uma esposa que dê um herdeiro para seu ducado. Mas o duque tem um segredo e como deseja preservá-lo busca um casamento de conveniência, sem apego e sem amor, onde a sua vida privada se manteria privada e livre de obrigações. Com a ajuda do destino e da irmã, a esposa ideal para o duque se materializou na figura de Poppy Cavendish, uma florista talentosa, autossuficiente, que repudia a ideia de depender de um marido para sobreviver, mas que, no momento, precisa de recursos para salvar o horto de onde tira seu sustento. Quando Archer lhe propõe um casamento onde, ao lhe dar um herdeiro, ela teria, além do título e da liberdade que tanto prezava, os recursos para construir o horto dos sonhos, Poppy aceita. Afinal, o casamento seria um acordo de negócios que proporcionaria independência. Na verdade, independência a ambos.

Apesar do acordo matrimonial cordial e frio e da ideia de não se apaixonar por ninguém, Archer e Poppy já estavam apaixonados quando se casaram, embora escondessem os sentimentos por insegurança. A rotina dos recém-casados consistia em trabalhar duro durante o dia e à noite, se entregar à paixão. Incentivada pela intimidade, Poppy começou a questionar o marido sobre as muitas cicatrizes que ele trazia nas costas. Mas, mesmo ela dando todas as dicas que entenderia e até apoiaria qualquer coisa que ele dissesse, Archer escolheu esconder da esposa a verdade. Ocultava que depois de uma tragédia familiar, ele se entregou, como penitência, às práticas BDSM. No início não havia prazer, só dor que varas e chicotes açoitando a sua pele provocavam. E era aquela dor que o ajudava a esquecer seus tormentos e dava a ele força para continuar vivendo. Com o passar do tempo, à dor se juntaram a alegria e o êxtase, e por 13 anos, até se casar com Poppy, era apenas desse jeito que ele buscava alívio sexual. 

O fato de Archer não se abrir e de Poppy não se conformar com isso, trouxe instabilidade e angústia ao relacionamento deles. Os dois passaram a viver às turras, enquanto eu daqui, pobre leitora, gritava: conversem, conversem! A falta de diálogo, onde havia toda condição dele existir, não me agradou. Mas o que me deixou mais desconfortável, foi ver a submissão sexual do duque, provocada por um trauma terrível, ser tratada como algo erótico. Eu simplesmente não achei que fosse. Pensei que a autora iria ajeitar as coisas antes do final, mas ela optou por endossar o lado sombrio da situação. Então, definitivamente, foi uma leitura que não funcionou pra mim. 


Título nacional: O Duque que Eu Conquistei
Série Segredos da Charlotte Street #1
Título original: The Duke I Tempted
Autor: Scarlett Peckham
Tradutor: Geni Hirata
Nº de Páginas: 297
Formato: eBook Kindle
Ano de lançamento no Brasil: 2020
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de época

Comentários