[Resenha]: "Sonhos Partidos", de M. O. Walsh





“Sonhos Partidos” refere-se às memórias do narrador, um homem que no verão de 1989, quando tinha 14 anos, foi apontado como um dos suspeitos do estupro de Lindy Simpson, uma das garotas mais bonitas do bairro e sua grande paixão desde os 11 anos. O crime ocorreu na rua familiar onde moravam, e pelo ponto de vista do narrador vamos obter informações sobre os vizinhos, a vítima e sobre ele próprio, que persiste e resiste a tudo por amor à menina, inclusive às mudanças de personalidade pelas quais ela passa após a violência que sofreu. 

Há um mistério acerca do crime e isto impulsiona a história, mas o ponto principal, aquele que me fez gostar do livro, é o que acontece com o narrador que, ao mesmo tempo que quer provar inocência e ser aceito por Lindy, precisa conviver com o divórcio dos pais e com a morte de uma irmã. Esses eventos contribuem para o seu gradual amadurecimento e acabam por moldar o adulto que ele vai se tornar. 

O livro desperta uma certa nostalgia. Faz a gente lembrar das inseguranças e das ilusões da adolescência, do primeiro amor e da predisposição de se entregar de corpo e alma a ele, esperando ser correspondido. A trama se arrasta um pouquinho em alguns momentos, mas no final o autor consegue amarrá-la direitinho. 


Título nacional: Sonhos Partidos 
Título original: My Sunshine Away
Autor: M. O. Walsh
Tradução: Alexandre Martins
Nº de Páginas: 254
Ano de lançamento no Brasil: 2015
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance

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