[Resenha] "Baía da Esperança", de Jojo Moyes



“Observe o mar por tempo suficiente, 
seus humores e suas exaltações, suas belezas e seus terrores, 
e você terá todas as histórias de que precisa, 
de amor e perigo e daquilo que a vida nos traz em suas redes. 
E do fato de que às vezes não somos nós que estamos no leme, 
e não podemos fazer mais do que confiar em que tudo vai dar certo.”

(Trecho do livro)


“Baía da Esperança” é o nome do hotel que Kathleen Whittier Mostyn administra desde a morte de seus pais, na década de 1970. O hotel fica na Austrália, em Silver Bay, uma baía protegida, com dunas intermináveis e águas claras; um local perfeito para famílias que desejam passar férias na praia. Por falta de modernização, o hotel não tem muitos clientes, mas isso não preocupa Kath, nem a maioria dos moradores de Silver Bay, que desejavam conservar a tranquilidade do lugar. 

Há cinco anos, Liza McCullen, sobrinha de Kathleen, e sua filha Hannah, chegaram à Silver Bay e vivem no hotel também. Lisa pilota um barco que leva os hóspedes e turistas para observarem as baleias e os golfinhos que a baía abriga. Logo ficamos sabendo que a melancólica e reservada Lisa guarda um segredo e que Silver Bay oferece a ela e à filha, a liberdade e a segurança que tanto precisam.

A paz na baía é quebrada quando o empreendedor inglês  Mike Dormer se hospeda no hotel, com a intenção de realizar pesquisas para a construção de um resort de luxo nas proximidades. Construção esta que poderá ofuscar e até mesmo destruir o negócio familiar de Kath e Lisa, além de causar um impacto negativo no meio ambiente, uma vez que as baleias e os golfinhos serão seriamente afetados.

A história de Jojo Moyes tem um início lento, mas fiz bem em não desistir da leitura, porque quando Liza e Mike começam a interagir, a trama finalmente engrena.  Na medida que o segredo de Lisa  vai sendo desvendado, a história se aprofunda e algumas reviravoltas importantes acontecem. E, então, mais uma vez o talento da autora para retratar relacionamentos improváveis e salvadores, aflora. 

Um ponto forte de “Baía da Esperança”, ao meu ver, foi o uso dos personagens como narradores da história. Isso mostrou pontos de vistas diferentes e deu movimento à trama. De todos os personagens, Lisa foi a que eu menos gostei. Até entendi a sua dor,  mas a achei seca demais… Amei Mike! Para mim o personagem mais empático e generoso. Dos personagens de apoio, Hannah e tia Kathleen são simpáticas e ótimas. O cenário australiano também me agradou. Silver Bay é, com certeza, um personagem adicional. Interessante também as muitas informações que o livro traz sobre a vida das baleias. Apesar de ter demorado um pouco para me envolver, acabei gostando da história .

Título nacional: Baía da Esperança
Título original: Silver Bay  
Autora: Jojo Moyes   
Tradutora: Vera Ribeiro    
Nº de Páginas: 393
Formato: eBook Kindle
Ano de lançamento no Brasil: 2016    
Editora: Intrínseca
Gênero: Literatura inglesa / Romance

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