[Resenha]: "Nossas Horas Felizes", de Gong Ji-Young

 






Quando a história começa, a jovem sul-coreana Yujeong, professora universitária, rica e ex-cantora pop, está se recuperando da terceira tentativa de suicídio. Num esforço para fazê-la voltar a sentir amor pela vida, sua tia, que é freira, propõe que ela a acompanhe em suas visitas caridosas a presos no corredor da morte. E é no Centro de Detenção de Seul, um lugar habitado pela dor e pela escuridão, que Yujeong conhece o condenado Yunsu e uma amizade, aparentemente improvável, surge entre eles.

A história se alterna entre a perspectiva de Yujeong e as anotações escritas por Yunsu na prisão. Através do diário, conhecemos a vida miserável de Yunsu. Fato que não anula a gravidade das suas ações, mas ajuda a entender o seu comportamento criminoso. A identificação de Yujeong com ele vem do fato dos dois buscarem a morte. Ele, por não se achar digno de viver devido a violência que vivenciou e praticou. Ela, por causa de uma violência que sofreu aos 15 anos e que encheu seus dias de tristeza, desde então. Ao encarar a escuridão profunda de Yunsu, Yujeong se vê diante de um espelho. Os dois estão quebrados e vazios, e precisam encontrar a paz. Precisam perdoar, não pelos outros, mas para o bem deles próprios.

Como pano de fundo, há uma doutrinação religiosa explícita, que pode incomodar um pouquinho, mas no geral, é uma bela história de fraternidade e amor. Além disso, apresenta oportunos argumentos que estimulam discussões sobre a eficiência da pena de morte. Vale a pena conferir. 😉


Título nacional: Nossas Horas Felizes 
Título original: Our Happy Times
Autora: Gong Ji-Young
Tradução: Maryanne Linz
Nº de Páginas: 280
Formato: e-Book
Data de lançamento no Brasil: 2017
Editora: Record
Gênero: Romance

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