Felicidade...


Não costumamos ser muito delicados com a felicidade. 
Geralmente queremos conquistá-la, agarrá-la, retê-la e sorvê-la: 
verbos antropofágicos que induzem a uma dominação ansiosa 
e sem chance de fuga. 
Estamos sempre famintos dela e, quando a chance aparece, nhac. 
Garantimos nosso quinhão.

[...]

A felicidade não retribui a assédios grosseiros. Não gosta de muito barulho. 
Tem sensibilidade a holofotes. Quem gosta de festa é a alegria, 
A felicidade prefere ser encontrada - e tocada - com mais discrição e leveza.

Martha Medeiros

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