Domingo de manhã...


Eu adoro os domingos de manhã. 
Eles não têm pressa de virar domingo à tarde. 
O domingo de manhã acontece devagar 
e se espreguiça até as três, três e meia, três e quarenta e cinco, quatro. 
Domingo de manhã tem cheiro de café forte, de jornal novo, de pijama, de jazz. 
No domingo de manhã o mundo para, porque não há nada a ser feito, 
nem resolvido, tudo já aconteceu no resto da semana. 
O domingo de manhã é morno, como a coberta que jajá vai ser trocada pelo chuveiro. 
Domingo de manhã é um livro, uma ideia, uma lembrança. 
Uma frase de um romance que totalmente por acaso cai no meu colo e faz todo sentido: 
“tantas pessoas entram e saem da vida da gente. Centenas de milhares de pessoas. 
Você precisa manter a porta aberta para que elas entrem. 
Mas isso significa que você precisa deixá-las sair.” 
Domingo de manhã é sábio.

Ana Reber

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