Eu li: "A Estrela de Prata"


Sou fã da escritora norte-americana Jeannette Walls, desde que li seu livro de memórias "O Castelo de Vidro", que é simplesmente espetacular. Por conta disso, estava na maior expectativa em relação "A Estrela de Prata", sua estreia na literatura de ficção. Não devia comparar os dois, mas é impossível não perceber que  faltou a este a profundidade daquele.

"A Estrela de Prata" parece ter sido escrito para um público mais jovem. Ele até começa forte, mas depois vai perdendo a força. Com um final previsível, a leitura foi um pouquinho decepcionante. Mas, ainda assim, não é um livro ruim. A autora sabe contar histórias como ninguém e mais uma vez ela capturou as alegrias e as tristezas de crescer, em meio as confusões das relações familiares. Portanto, merece crédito.

Assim como em "O Castelo de Vidro" a história de "A Estrela de Prata" baseia-se em relações familiares disfuncionais, que sobrevivem graças a capacidade de resistência das crianças. 

O livro conta a história das irmãs Bean e Liz Holladay, de 12 e 15 anos respectivamente, filhas de pais diferentes e ausentes que, de repente, se veem abandonadas à própria sorte pela mãe que é emocionalmente instável. 

Sozinhas, as meninas buscam abrigo na casa de um tio materno, em outra cidade, e lá terão que conviver com o preconceito, a hipocrisia e o abuso de poder que fazem parte do chamado mundo adulto. Ao mesmo tempo, é possível reconhecer na história a forte lealdade familiar que existe e que fortalece as garotas. Ou seja, apesar de mostrar os demônios da vida real, faz acreditar que merecemos uma medalha de prata, quando enfrentamos com coragem os problemas e fazemos a coisa certa, mesmo num mundo onde a coisa mais difícil de fazer é não fugir.

Livro: A Estrela de Prata
Título original: The Silver Star
Autor: Jeannette Walls
Tradução: Luciana Persice Nogueira
Páginas: 255
Ano de lançamento no Brasil: 2014
Editora: Globo
Categoria:  Literatura Estrangeira - Romance
Preço: R$ 34,90 (Livraria Cultura, em 11/10/2014


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