Salvem a poesia!



Correm risco de extinção o ar puro, a praia limpa,
o cinema feito de emoção e ideias, as estrelas vistas a olho nu,
o beijo por razão nenhuma, os amigos de infância,
os Rolling Stones, o prazer de estar na estrada,
os restaurantes que servem comida feita na hora
e o picolé de abacaxi, que não encontro em lugar algum.
Ficaram na saudade as cartas escritas à mão,
os cursos de datilografia, as mulheres difíceis,
o papo inteligente e os livros que você emprestou.
(...)
Se a poesia, ao menos, escapar do abate, nem tudo está perdido.

Martha Medeiros

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